sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mães do Século XXI



Um dos ditados populares mais conhecidos em todo o mundo é o famoso “ser mãe é padecer no paraíso!” A minha mãe mesmo já disse algumas vezes. Sendo homem, nunca entendi completamente a relação entre mães e filhos, mas sou pai e por isso mesmo sei que é uma relação de intensidade extrema. Não são raros os casos em que mães cometeram atos de loucura ou aparentemente impossíveis pela defesa de seus filhos, como o caso de uma mãe que levantou, sozinha, uma grade de ferro que caiu em cima de seu filho de 5 anos, na tentativa de salva-lo. Quando foram recolocar a grade no lugar, foram necessários 4 homens fortes.
Mas o que mais me chamava a atenção na relação mãe-filho foram cenas que presenciei nos cinco anos em que trabalhei como Agente Penitenciário. Não importava quão mau ou cruel tinha sido o crime cometido pelo filho, todos os domingos aquela fila de mães se formava sob o Sol quente para passar algumas horas dentro de uma Cadeia lotada e abafada, sem as mínimas condições, tudo pelo prazer de dividir um prato de comida com o filho e trocar algumas palavras de carinho nesse pouco tempo. Algumas mães até mesmo sabiam que seus filhos eram culpados pelos crimes de que eram acusados, mas ainda eram seus filhos acima de tudo, o bebe que cresceu dentro de seu ventre. Havia uma senhora que andava, todos os domingos, 14 quilômetros, à pé, apenas para visitar seu filho preso, uma verdadeira prova de amor, e as vezes só para lembrá-lo sempre que alguém que o amava estava aqui, a sua espera, sempre.
Era realmente intrigante ver homens feitos, duros, tão temidos pelos companheiros de cárcere, sendo chamados de bebês e queridos pelas mães. Homens que desafiavam a lei e policiais armados de olhos baixos e contritos à uma palavra da mãe.
Por isso mesmo, depois de tantas demonstrações de amor incondicional das mães pelos filhos, fico cada vez mais espantado com o que nossos noticiários nos mostram. São tantos casos de mães que abandonam os filhos, que aceitam maridos dependentes de drogas, que põe em risco a vida de seus filhos, tudo pensando em si mesmas.
O caso mais recente, foi o do menino Joaquim, de 3 anos, encontrado morto no último domingo, 10/11. Desaparecido desde a terça-feira anterior, Joaquim foi encontrado jogado em um rio, a 150 km de casa. As investigações indicam que o menino foi jogado no rio depois de morto e os indícios apontam para a mãe e o padrasto como os principais suspeitos do crime. As suspeitas aumentaram quando se descobriu que o padrasto de Joaquim era usuário de cocaína.
Mas não precisamos ir muito longe para vermos esse tipo de coisa. Em novembro de 2004, na cidade de Curvelândia, uma menina, na época com 2 anos e meio de idade, foi estuprada por dois homens, com o consentimento da mãe. Aqui mesmo na nossa região temos vários casos de mães que abandonam os filhos pequenos sozinhos em casa por horas, permitem agressões físicas cometidas por pais ou parentes entre outros absurdos que prefiro deixar não expor simplesmente por nojo, ódio e repúdio de tais atos com pequenas almas inocente.
Fico me perguntando o porquê de tudo isso, os motivos. Mas nada me vêm à cabeça. Tenho meus filhos e sei o quanto às vezes é difícil o cuidado, a criação e mesmo a educação deles, mais nunca, jamais, passou pela minha mente, ou de minha esposa, fazer ou cometer qualquer ato com meus filhos a não ser abraçá-los a cada dia e enchê-los de beijos.
É triste assistir atônito notícias como essa; é triste saber que quem deveria dar amor, carinho, cuidado e defender, até a morte se necessário, tem a frieza de descartar um filho, maltratar, como se fosse uma boneca de plástico que se pode jogas fora quando não se quer mais.
Depois de protegermos as esposas de maridos agressores com a Lei Maria da Penha, depois de protegermos nossas ruas de motoristas bêbados e embriagados com a Lei Seca, será que teremos que proteger nossas crianças de seus próprios pais? Se esse for o nosso futuro, fico realmente muito preocupado.

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