Um
dos ditados populares mais conhecidos em todo o mundo é o famoso “ser mãe é
padecer no paraíso!” A minha mãe mesmo já disse algumas vezes. Sendo homem,
nunca entendi completamente a relação entre mães e filhos, mas sou pai e por
isso mesmo sei que é uma relação de intensidade extrema. Não são raros os casos
em que mães cometeram atos de loucura ou aparentemente impossíveis pela defesa
de seus filhos, como o caso de uma mãe que levantou, sozinha, uma grade de
ferro que caiu em cima de seu filho de 5 anos, na tentativa de salva-lo. Quando
foram recolocar a grade no lugar, foram necessários 4 homens fortes.
Mas
o que mais me chamava a atenção na relação mãe-filho foram cenas que presenciei
nos cinco anos em que trabalhei como Agente Penitenciário. Não importava quão
mau ou cruel tinha sido o crime cometido pelo filho, todos os domingos aquela
fila de mães se formava sob o Sol quente para passar algumas horas dentro de
uma Cadeia lotada e abafada, sem as mínimas condições, tudo pelo prazer de
dividir um prato de comida com o filho e trocar algumas palavras de carinho
nesse pouco tempo. Algumas mães até mesmo sabiam que seus filhos eram culpados
pelos crimes de que eram acusados, mas ainda eram seus filhos acima de tudo, o
bebe que cresceu dentro de seu ventre. Havia uma senhora que andava, todos os
domingos, 14 quilômetros, à pé, apenas para visitar seu filho preso, uma
verdadeira prova de amor, e as vezes só para lembrá-lo sempre que alguém que o
amava estava aqui, a sua espera, sempre.
Era
realmente intrigante ver homens feitos, duros, tão temidos pelos companheiros
de cárcere, sendo chamados de bebês e queridos pelas mães. Homens que
desafiavam a lei e policiais armados de olhos baixos e contritos à uma palavra
da mãe.
Por
isso mesmo, depois de tantas demonstrações de amor incondicional das mães pelos
filhos, fico cada vez mais espantado com o que nossos noticiários nos mostram.
São tantos casos de mães que abandonam os filhos, que aceitam maridos
dependentes de drogas, que põe em risco a vida de seus filhos, tudo pensando em
si mesmas.
O caso
mais recente, foi o do menino Joaquim, de 3 anos, encontrado morto no último
domingo, 10/11. Desaparecido desde a terça-feira anterior, Joaquim foi
encontrado jogado em um rio, a 150 km de casa. As investigações indicam que o
menino foi jogado no rio depois de morto e os indícios apontam para a mãe e o
padrasto como os principais suspeitos do crime. As suspeitas aumentaram quando se
descobriu que o padrasto de Joaquim era usuário de cocaína.
Mas
não precisamos ir muito longe para vermos esse tipo de coisa. Em novembro de
2004, na cidade de Curvelândia, uma menina, na época com 2 anos e meio de
idade, foi estuprada por dois homens, com o consentimento da mãe. Aqui
mesmo na nossa região temos vários casos de mães que abandonam os filhos
pequenos sozinhos em casa por horas, permitem agressões físicas cometidas por
pais ou parentes entre outros absurdos que prefiro deixar não expor
simplesmente por nojo, ódio e repúdio de tais atos com pequenas almas inocente.
Fico
me perguntando o porquê de tudo isso, os motivos. Mas nada me vêm à cabeça.
Tenho meus filhos e sei o quanto às vezes é difícil o cuidado, a criação e
mesmo a educação deles, mais nunca, jamais, passou pela minha mente, ou de
minha esposa, fazer ou cometer qualquer ato com meus filhos a não ser abraçá-los
a cada dia e enchê-los de beijos.
É
triste assistir atônito notícias como essa; é triste saber que quem deveria dar
amor, carinho, cuidado e defender, até a morte se necessário, tem a frieza de
descartar um filho, maltratar, como se fosse uma boneca de plástico que se pode
jogas fora quando não se quer mais.
Depois
de protegermos as esposas de maridos agressores com a Lei Maria da Penha,
depois de protegermos nossas ruas de motoristas bêbados e embriagados com a Lei
Seca, será que teremos que proteger nossas crianças de seus próprios pais? Se
esse for o nosso futuro, fico realmente muito preocupado.
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