sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Uma Vitória pela Maioria

Chegamos ao final de mais uma campanha. Dessa vez, uma campanha para ocupar o cargo máximo da advocacia estadual, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso. Quem sagrou-se vencedor foi o Dr. Cláudio Stábile, tendo como vice o Dr. Maurício Aude.
É imprescindível neste momento salientarmos que foi a vitória da ética, da dignidade e da verdade. A vitória de uma campanha limpa e honesta, que nada mais visou que não a apresentação de propostas e que pretendeu, desde o início, apenas apresentar sua plataforma, sem recorrer aos barbarismos que sempre vimos em quaisquer campanhas eleitorais. E é preciso também destacar a elegância e a dignidade da chapa vencedora ante as várias acusações proferidas pela outra chapa, sem recorrer à respostas grosseiras ou respondendo acusações com outras acusações. Em todos os momentos, o Dr. Stábile, os demais componentes da chapa e seus apoiadores foram altivos, respondendo insultos com propostas, e apenas respondendo às acusações que lhes cabiam, afim de deixar claro sua idoneidade e comprometimento com a classe.
Confesso que estava entusiasmado e, porque não dizer, levemente assustado com o andamento da campanha, em seu princípio. No começo, as duas chapas eram claras e objetivas, tratando-se com cordialidade e simpatia. Nas palavras de uma colega: “Eles (os candidatos Dr. Stábile e Dr. Scaravelli) mais pareciam dois amigos com opiniões divergentes!” E, durante uma boa parte da campanha, esse foi o clima, de cordialidade e amistosidade, senão de amizade.
Entretanto, aparentemente quando percebeu que suas chances de vencer caiam drasticamente, o Dr. João Vicente Scaravelli mudou a postura de sua campanha, partindo para agressões e acusações, o mais das vezes sem fundamento algum, semelhante às mais baixas campanhas eleitorais vistas Brasil afora.
Não obstante, em nenhum momento o Dr. Stábile mudou o tom de seu discurso, preferindo, muito acertadamente aliás, apresentar propostas do que ficar rebatendo acusações infundadas.
Outro diferencial da campanha do Dr. Stábile foi a forma abrangente como foi desenvolvida, buscando votos em todas as camadas da militância advocatícia mato-grossense, sem fazer distinção entre antigos ou novos, homens ou mulheres, sem qualquer preconceito.
Em verdade, a Chapa “Pela Valorização do Advogado” fez um trabalho excelente, não se focando apenas nos advogados mais influentes e conhecidos. Com visitas aos escritórios menores, localizados nos bairros mais afastados, e também aos colegas interioranos, o Dr. Stábile mostrou que de fato se importa com todo e qualquer advogado.
Outra bandeira levantada pela Chapa 01, e que foi magistralmente desenvolvida pelo Dr. Stábile e seus apoiadores foi a do jovem advogado, uma parte da classe normalmente excluída e marginalizada, mas que foi inserida de forma ativa na campanha, tendo, até mesmo logo e adesivos personalizados, mostrando a importância que esses profissionais têm perante a classe.
Outro setor da advocacia que sempre fora negligenciado e que a Chapa 01 fez questão de inserir em sua campanha foram as mulheres. Contando com o apoio da maioria das colegas advogadas e com ações, propostas e eventos especificamente voltadas para a mulher advogada, o Dr. Stábile deixou claro que as mulheres, apesar de subvalorizadas e mal remuneradas, são parte essencial da advocacia, não só de Mato Grosso, mas de todo Brasil.
Com ações arrojadas, sem qualquer tipo de preconceito ou demonstração de inferioridade em importância de um ou outro, a Chapa “Pela Valorização do Advogado” provou que a campanha e sua futura administração será tão inclusiva e tão intransigente nas defesas das prerrogativas de todos os advogados quanto eram suas propostas.
Assim, creio que toda a classe pode se sentir segura e protegida, pois seu representante-mor recém-eleito continuará o bom trabalho que há tempos vem sendo desempenhado, sem por em sobressalto o coração da advocacia mato-grossense.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

É isso aí

Luis Fernando Veríssimo escreveu uma vez que a morte salva o artista de si mesmo. O salva do ridículo ao que o próprio artista se expõe, ao tentar fazer brilhar uma estrela que há muito já se apagara.
Veríssimo cita como exemplo, Elvis Presley. Pouco antes de morrer, Elvis tinha virado uma paródia de si mesmo, usando roupas ridículas e tentando reaver um esplendor à muito perdido. Com sua morte, entretanto, Elvis voltou a ser o Rei do Rock, um artista lendário.
Tomadas as devidas proporções, o filme “Michael Jackson’s This is It” faz mais ou menos a mesma coisa, quer dizer, reabilita um artista à beira do fracasso total, através da sua morte.
Ao se propor a fazer 50 shows em tão curto espaço de tempo, Michael Jackson parecia querer retomar o sucesso à tanto perdido, alem, é claro que tentar salvar suas finanças, que estavam em um estado caótico.
Com a imagem abalada por seguidos escândalos Jackson aparentemente tentava, com esta turnê, anunciada como a última que faria, restabelecer o brilho que tivera outrora. Sua morte, entretanto, frustrou seus planos.
Tentando dar ao astro a chance de brilhar uma última vez e também, por que não dizer, tentando diminuir as perdas avassaladoras que a morte de Jackson causou para a produção da turnê, o diretor do show Kenny Ortega, fez um filme que tem tudo para se transformar numa lenda: os últimos dias de um Rei!
A grande sacada do filme não é sua fotografia, seu roteiro ou qualquer outra característica técnica. Na verdade, como foi feito a partir de gravações do make in off dos ensaios para os últimos shows, a qualidade da película é ruim. Entretanto, a idéia não parece ser montar um filme com alta qualidade, mas sim mostrar ao mundo uma faceta de Michael Jackson, ou MJ, que o público não conhecia.
E nesse aspecto, “This is It” é um espetáculo. Sobre a direção de Kenny Ortega, o filme mostra um Jackson tímido, de fala mansa, mas determinado e perfeccionista, mostrando apenas seu lado profissional e deixando totalmente de lado os assuntos pessoais do astro. “This is It” não é um filme sobre Michael Jackson. É um filme sobre o ultimo show de um astro.
Apesar de, obviamente, Michael Jackson ser o centro das atenções, Ortega não se concentrou apenas nele, mostrando, de uma forma ou de outra, todos aqueles que compunham o show e gravitavam em torno de MJ. Assim, quem assiste ao filme pode perceber que, apesar de toda a fama de egocêntrico, mau humorado e chato, Jackson era uma pessoa doce, amável e gentil, só discutindo quando alguém tentava fazer mudanças com a sua música.
Essa é outra característica bem retratada na filme: o profissionalismo de Michael. Sempre atento aos mínimos detalhes do show, ele não parecia se importar quantas vezes tivessem que refazer as coreografias, quer por erro próprio, quer por erro dos bailarinos. Também não tinha qualquer necessidade de ofuscar seus companheiros de palco, numa clara demonstração de sabia que tinha seu espaço e era hora de dar espaço também aos outros.
Enfim, seu único interesse era de que o show ficasse perfeito. Isso claramente demonstra que, ao menos para MJ, o interesse no show era mais do que dinheiro.
Vendo o filme, podemos perceber que quaisquer que fossem os defeitos e os problemas pessoais de Michael Jackson, seu talento estava acima de qualquer suspeita e que o sucesso do filme não é mais do que justo. Uma estrela ofuscada que conseguiu retomar seu brilho com um filme sobre seu último trabalho antes de morrer. Afinal, uma boa decisão profissional.