Originalmente publicado no Jornal “O Diário”, Edição nº
1.822, em 20/12/2013.
Na
terça-feira da semana passada, dia 10/12, foram realizadas no Estado de Mato
Grosso eleições para Diretores e Diretoras das escolas estaduais. Em Comodoro,
as eleições ocorreram nas escolas Dona Rosa Frigger Piovezan e Cora Coralina.
As
eleições para diretores de escola em Mato Grosso acontecem desde 1998, quando
foi aprovada a Lei 7.040/98 pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso, que
disciplina as eleições, como parte do projeto previsto pelo Governo Federal
para a Gestão Democrática do Ensino Público Estadual.
A
iniciativa é louvável, principalmente porque busca a aproximação da comunidade
e da escola, quando prevê a participação de pais nas eleições. Por outro lado,
o voto dos alunos dá transparência e credibilidade ao novo Diretor, que assume
essa difícil função com base na escolha livre e democrática.
Outro
ponto positivo da Gestão Democrática é a possibilidade de rotação na Direção
escolar, permitindo que haja mudança e troca de poder em ciclos, impedindo a
implantação de uma “ditadura” escolar, como era antigamente e ainda é em
algumas entidades particulares.
Essa
rotação de poder também evita desmandos e abusos de poder, principalmente
porque todo Diretor é, em princípio, mais um professor, tal qual os demais, em
uma posição temporária de gestão.
Outra
coisa que é necessário salientar é que o Diretor é um Gestor Administrativo de
unidade escolar, que tem seus atos e sua autoridade supervisionada e
fiscalizada por outra entidade escolar, eleita democraticamente: o Conselho
Deliberativo da Comunidade Escolar, composto por representantes dos
professores, dos funcionários da escola e também por pais e alunos. Esse
Conselho tem como objetivo definir as diretrizes de funcionamento e as
atividades da escola, dentro do disposto em lei.
Assim,
a gestão Democrática do Ensino Básico passa a ser uma evolução na forma de
entender a comunidade escolar, que passa a fazer parte ativamente das decisões
da escola, seja por voto, seja por participação no Conselho Deliberativo.
Porém,
tudo isso é muito bom e bonito, mas fica, infelizmente, no papel, quando, por
preguiça ou falta de conhecimento, essa comunidade escolar não participa de
todo esse movimento. Infelizmente, ainda existem pais e responsáveis que
acreditam que a escola deve ser um depósito de crianças, onde os pais mandam
seus filhos para, por pelo menos 4 horas, tirarem uma folga. Não é assim que a
coisa deve ser. A escola é, acima de tudo, um repositório de saber, uma fonte
de informações, não um local onde os pais despejam seus filhos, por comodidade.
Diferentemente
do senso comum, a escola não tem o dever de dar educação, mas ensino. Educação
e civilidade se aprendem em casa, com os pais. O que se faz na escola é por em
prática essa educação e civilidade. E para por em prática esses conceitos, a
participação dos pais na escola é obrigatória, é imprescindível. Os pais devem
ser parte da comunidade escolar, atendendo às convocações da escola,
comparecendo às reuniões e fazendo parte dos Conselhos Escolares, contribuindo
para a melhoria da escola do seu filho.
É
muito fácil apontar defeitos e indicar culpados. Difícil é tomar uma atitude e
fazer algo de produtivo para consertar os defeitos. Para terminar, meus
parabéns aos Diretores que deixam seus cargos, pelo trabalho realizado; aos
Diretores eleitos, que façam um bom trabalho, e para a Democracia, que mais uma
vez mostrou que nosso país se corrige não com violência ou vandalismo, mas com
a participação popular maciça nas instituições democráticas.
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