Esse texto foi escrito à algum tempo atrás, mas não sei porque ficou engavetado. Aproveito agora para pubicá-lo.
Data original: 15 de agosto de 2009
Hoje em dia fala-se muito nos males do país: a corrupção, a pobreza, as desigualdades sociais, etc. e tal. Mas o pior dos males do Brasil hoje, a meu ver, é a falta de educação! Tive um exemplo claro disso noite passada quando fui assistir um espetáculo no teatro.
Só o fato de ter que chegar mais de uma hora antes do início do show para garantir um bom lugar seria, por si só, algo de causar espanto. Não é! É algo normal e corriqueiro. Esperável diante de qualquer circunstancia. Me perdoem o meu provincianismo, mas ainda acho isso irritante.
Mas, como diria meu avô, o que não tem remédio, remediado está. Vamos ao teatro mais de hora antes do início do espetáculo. A fila é um momento interessante para observação e catalogação de espécimes humanas! São as mais variadas, desde jovens, que inclusive não deveriam estar ali, devido à censura da programação, até senhores distintos, à primeira vista, não muito afeitos a um espetáculo de humor. Não tinha dito que era um espetáculo de humor? Pois era! Por falar nisso, era o espetáculo “Improvável”, do grupo “Os Barbichas”. E eu tinha me prometido não fazer propaganda....
Tudo estava indo muito bem, até começarem a chegar os furões. É incrível como o conceito de “fila indiana” se perdeu há muito tempo. Hoje em dia, as filas começam retas e ordeiras, mas vai chegando a hora do espetáculo, ou seja lá o que esteja sendo esperado, a ponta da fila começa a tomar uma forma meio arredondada, como se inchasse.
Vista de cima, a fila deve ter o feitio de um grande pirulito. Algo bastante simbólico, visto que os otários que chegaram cedo ao evento, esperaram em pé na fila e, principalmente, não passaram na frente de ninguém, acabam chupando o dedo.
O inchaço é causado, claro, por causa de todas as (muitas) pessoas que chegam em cima da hora do espetáculo e acabam “coincidentemente” encontrando alguém no inicio da fila. Sabe, o engraçado é que quando eu chego mais tarde em algum lugar e coincidentemente encontro alguém na ponta da fila eu paro, cumprimento, bato um papinho rápido e depois vou lá pro fim da fila, porque afinal de contas, eu cheguei depois. E se eu pretendo ficar conversando com esse amigo, eu vou no final da fila, marco meu lugar (afinal, sou justo, mas não sou burro) e volto pra conversar com ele. Enfim, foi assim que mamão me ensinou.
E não adianta reclamar com ninguém da organização. A maioria diz que não pode fazer nada, que não tem como coibir esse tipo de coisa, etc. Na verdade, falta é organização e vontade de trabalhar. Se quisesse, dava pra resolver o problema, sim. É que dá trabalho!
Bom, depois de algum estresse, algumas discussões e um bocado de reclamações, entramos. Eu, minha namorada e mais um punhado de fura-filas. Achei de todos os problemas tinham ficado do lado de fora. Pronto, passou, tudo bem!
Ledo e ivo engano. Antes de qualquer espetáculo, o Cine Teatro Cuiabá (pra quem não sabe um patrimônio histórico-cultural do Estado) apresenta um pequeno filme sobre a historia da sua reabertura. Algo interessante para que possamos conhecer nossa própria cultura. Mas quem disse que eu consegui ouvir alguma coisa?! Uma balburdia tão grande tomou conta do auditório que se tivesse em um show de rock eu poderia ouvir melhor!
Não bater palmas. Não adiantou tentar chamar a atenção. Não adiantou nem mesmo eu gritar pra pedir silencio! Isso mesmo, eu gritei pedindo silencio, tal a minha indignação, mas acho que ninguém ouviu...
Se você esteve no Cine Teatro Cuiabá na noite de 15 de agosto, às 19 e trinta e ouviu um grito de “silêncio!”, saiba que fui eu mesmo. Se você gostou do meu gesto, nos solidarizamos juntos. Se não gostou, azar o seu, você é um mal educado que não respeita os outros!
Por fim, apesar do show ter sido ótimo, saio com o triste pesar de que a educação estar em baixa na capital mato grossense. Fico pensando que pensarão os integrantes da trupe humorística no seu regresso, ao analisarem nosso comportamento. Será que concluirão que somos os bárbaros incultos cujo nível de civilidade ainda não atingiu os patamares aceitáveis? Pelo que vi ontem, não existe nada que mostre algo mais favorável...
Data original: 15 de agosto de 2009
Hoje em dia fala-se muito nos males do país: a corrupção, a pobreza, as desigualdades sociais, etc. e tal. Mas o pior dos males do Brasil hoje, a meu ver, é a falta de educação! Tive um exemplo claro disso noite passada quando fui assistir um espetáculo no teatro.
Só o fato de ter que chegar mais de uma hora antes do início do show para garantir um bom lugar seria, por si só, algo de causar espanto. Não é! É algo normal e corriqueiro. Esperável diante de qualquer circunstancia. Me perdoem o meu provincianismo, mas ainda acho isso irritante.
Mas, como diria meu avô, o que não tem remédio, remediado está. Vamos ao teatro mais de hora antes do início do espetáculo. A fila é um momento interessante para observação e catalogação de espécimes humanas! São as mais variadas, desde jovens, que inclusive não deveriam estar ali, devido à censura da programação, até senhores distintos, à primeira vista, não muito afeitos a um espetáculo de humor. Não tinha dito que era um espetáculo de humor? Pois era! Por falar nisso, era o espetáculo “Improvável”, do grupo “Os Barbichas”. E eu tinha me prometido não fazer propaganda....
Tudo estava indo muito bem, até começarem a chegar os furões. É incrível como o conceito de “fila indiana” se perdeu há muito tempo. Hoje em dia, as filas começam retas e ordeiras, mas vai chegando a hora do espetáculo, ou seja lá o que esteja sendo esperado, a ponta da fila começa a tomar uma forma meio arredondada, como se inchasse.
Vista de cima, a fila deve ter o feitio de um grande pirulito. Algo bastante simbólico, visto que os otários que chegaram cedo ao evento, esperaram em pé na fila e, principalmente, não passaram na frente de ninguém, acabam chupando o dedo.
O inchaço é causado, claro, por causa de todas as (muitas) pessoas que chegam em cima da hora do espetáculo e acabam “coincidentemente” encontrando alguém no inicio da fila. Sabe, o engraçado é que quando eu chego mais tarde em algum lugar e coincidentemente encontro alguém na ponta da fila eu paro, cumprimento, bato um papinho rápido e depois vou lá pro fim da fila, porque afinal de contas, eu cheguei depois. E se eu pretendo ficar conversando com esse amigo, eu vou no final da fila, marco meu lugar (afinal, sou justo, mas não sou burro) e volto pra conversar com ele. Enfim, foi assim que mamão me ensinou.
E não adianta reclamar com ninguém da organização. A maioria diz que não pode fazer nada, que não tem como coibir esse tipo de coisa, etc. Na verdade, falta é organização e vontade de trabalhar. Se quisesse, dava pra resolver o problema, sim. É que dá trabalho!
Bom, depois de algum estresse, algumas discussões e um bocado de reclamações, entramos. Eu, minha namorada e mais um punhado de fura-filas. Achei de todos os problemas tinham ficado do lado de fora. Pronto, passou, tudo bem!
Ledo e ivo engano. Antes de qualquer espetáculo, o Cine Teatro Cuiabá (pra quem não sabe um patrimônio histórico-cultural do Estado) apresenta um pequeno filme sobre a historia da sua reabertura. Algo interessante para que possamos conhecer nossa própria cultura. Mas quem disse que eu consegui ouvir alguma coisa?! Uma balburdia tão grande tomou conta do auditório que se tivesse em um show de rock eu poderia ouvir melhor!
Não bater palmas. Não adiantou tentar chamar a atenção. Não adiantou nem mesmo eu gritar pra pedir silencio! Isso mesmo, eu gritei pedindo silencio, tal a minha indignação, mas acho que ninguém ouviu...
Se você esteve no Cine Teatro Cuiabá na noite de 15 de agosto, às 19 e trinta e ouviu um grito de “silêncio!”, saiba que fui eu mesmo. Se você gostou do meu gesto, nos solidarizamos juntos. Se não gostou, azar o seu, você é um mal educado que não respeita os outros!
Por fim, apesar do show ter sido ótimo, saio com o triste pesar de que a educação estar em baixa na capital mato grossense. Fico pensando que pensarão os integrantes da trupe humorística no seu regresso, ao analisarem nosso comportamento. Será que concluirão que somos os bárbaros incultos cujo nível de civilidade ainda não atingiu os patamares aceitáveis? Pelo que vi ontem, não existe nada que mostre algo mais favorável...
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