Crítica publicada originalmente no site Olhar Direto em 05 de março de 2010
http://olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?artigo=O_habito_nao_faz_o_monge&id=1442
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Horrível! De uma forma ou de outra, essa é a palavra que deve descrever o novo filme do diretor Joe Johnston, O Lobisomem. Da forma boa, horrível no sentido de assustador, coisa a que o filme se propunha, sendo, ao menos teoricamente, um filme de terror. Da forma ruim, horrível por ser uma produção de baixa qualidade. Infelizmente, o filme é horrível no segundo sentido.
Com um elenco maravilhoso, que incluía nada mais, nada menos que Anthony Hopkins, Benício Del Toro, Hugo Heaving e Emily Blunt, O Lobisomem tinha tudo para ser um sucesso, mas é apenas a prova de que um bom elenco não faz um sucesso.
Pode-se dizer que a direção gastou o que podia com o cachê dos atores e não deixou nada para o roteirista, por que definitivamente é essa parte que estraga o filme. Com uma história batida, sem nada de novo e sem nenhuma profundidade, O Lobisomem lembra um filme trash dos anos 80.
A história do forasteiro que chega pra investigar a estranha morte de um parente (no caso o irmão) e acaba envolto num mistério maior do que jamais imaginara, a existência de dois monstros, um mau e o outro bom, que se enfrentam e a salvação pelo amor da mocinha são os pontos de roteiro mais clichês que o cinema já concebeu. E são exatamente estes os temas principais do filme. O único ponto de salvação do roteiro é o final, de certa forma surpreendente, que deixa de lado o tradicional “happy end” do cinema hollywoodiano
Mas isso ainda não é o pior. Fora o roteiro digno de um filme de quinta categoria, os efeitos também deixam muito a desejar. Na era dos efeitos especiais, com Avatar e companhia limitada dando um show atrás do outro, as transformações de O Lobisomem parecem ter sido produzidas no fundo do quintal da Tia Mary. Um desavisado que assista ao filme sem saber do que se trata pode muito bem achar que está assistindo a Sessão da Tarde.
A transformação se dá em espasmos, com cortes de câmeras grosseiros e o próprio lobisomem é extremamente mal feito, sendo visível a simples colagem de pêlos no rosto de um ator. Depois dos lobisomens de Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban e de Lua Nova, era de se esperar que um filme dessa envergadura mostrasse uma transformação melhor do que a de Um Lobisomem Adolescente (filme teen da década de 80).
A única coisa que salva o filme é a atuação impecável de Hopkins e Del Toro. Mesmo com um roteiro fraco e com falas piegas e cheia de clichês, quando os dois estão em cena, principalmente juntos, é certeza de que algo de bom sai. Obviamente, as melhores cenas dos dois são aquelas que tem menos diálogos, como a do retorno do personagem de Del Toro para casa, onde a interpretação vale mais do que qualquer fala ou roteiro poderia tentar traduzir.
Por fim, se você não assistiu, não perdeu grande coisa, por que não acho que valha o trabalho de sair da sua casa e até o cinema para ver. Dá pra esperar chegar nas locadoras, quiçá esperar na TV aberta mesmo. Se você assistiu, minhas sinceras condolências, porque deve ter saído da sala de projeção com a mesma sensação de primeiro de abril que eu.
Essa postagem me deixou curiosa para ver o filme!!! kkkk
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